Márcia Gama, mãe do rapper Oruam, foi afastada do cargo de técnica jurídica legislativa da Câmara Municipal de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, após denúncias de servidores públicos que a acusam de não comparecer ao trabalho há anos, mesmo recebendo salário. A situação foi revelada pela revista Veja e levantou suspeitas de que ela seria uma funcionária fantasma. Gama, que atuava na Câmara há mais de 10 anos, recebia um salário mensal de R$ 4,2 mil, mas não assinava a folha de ponto.
Em resposta às denúncias, o presidente da Câmara, vereador Markinho Gandra (União Brasil), determinou o afastamento de Márcia sem remuneração, por meio de uma portaria publicada na última sexta-feira (1º). O documento menciona que o afastamento é “para tratar de assuntos pessoais”. Apesar das acusações, a Câmara declarou que a servidora “desempenhava normalmente suas funções”, contradizendo os relatos de colegas que preferiram permanecer anônimos por medo de retaliações.
Além de seu cargo público, Márcia Gama é empresária e gerencia duas marcas próprias, uma de limpeza de calçados e outra de moda feminina. Com mais de 350 mil seguidores nas redes sociais, ela frequentemente publica mensagens de apoio ao filho Oruam, que está preso desde 22 de julho, e ao marido, Marcinho da VP, um conhecido traficante do Rio de Janeiro. O histórico familiar de Márcia, incluindo seu irmão político, Cristiano Santos, ex-vereador de Belford Roxo, levanta questões sobre a influência de grupos criminosos na política local. A Câmara ainda não se manifestou sobre a possibilidade de uma investigação interna sobre o caso.