No dia 20 de maio, a capital uruguaia, Montevidéu, acolheu a 30ª Marcha do Silêncio, um evento que homenageia os 197 desaparecidos políticos do país. Organizada por mães, familiares e amigos, a marcha exige justiça e informações sobre os desaparecidos durante a ditadura militar uruguaia, que perdurou de 1973 a 1985. O silêncio da marcha é quebrado apenas quando o nome de cada vítima é anunciado, seguido do grito “Presente!”.
A marcha deste ano foi registrada pelo fotógrafo gaúcho Itamar Aguiar e suas imagens estão em exposição no foyer do Multipalco do Theatro São Pedro, em Porto Alegre, até o dia 31 de agosto. Jair Kriscke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), destacou que a primeira Marcha do Silêncio ocorreu em 1996, em homenagem a militantes assassinados em Buenos Aires durante a Operação Condor. A “lei da caducidade”, que impede o julgamento dos militares da ditadura, ainda está em vigor e dificulta as investigações sobre os desaparecidos.
Apesar das dificuldades legais, o número de participantes na marcha cresce a cada ano. Neste ano, os clubes de futebol Nacional e Peñarol se uniram ao movimento, promovendo manifestações com suas torcidas em apoio às famílias dos desaparecidos. Essa mobilização nas arquibancadas demonstra um importante avanço na politização da sociedade uruguaia em busca de justiça e memória histórica.