A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano impacta diretamente os fundos imobiliários (FIIs) no Brasil. Com a renda fixa oferecendo retornos superiores a 1% ao mês, investidores tendem a migrar para opções mais seguras, pressionando a atratividade dos FIIs. Os fundos de tijolo enfrentam desafios maiores devido ao aumento dos custos financeiros, enquanto os fundos de papel podem se beneficiar de receitas atreladas a indexadores como CDI e IPCA.
Apesar do cenário desafiador, o mercado já projeta um possível afrouxamento da política monetária em 2026, o que pode favorecer a valorização dos FIIs. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, destaca que o IFIX já acumula mais de 11% de valorização em 2025, indicando uma antecipação do mercado em relação a cortes na Selic. Isabella Almeida, gestora da Rio Bravo, também acredita que, mesmo com a Selic mantida, a expectativa de um afrouxamento monetário pode impulsionar a valorização dos fundos imobiliários.
Por outro lado, Leonardo Andreoli, analista da Hike Capital, alerta que a vacância elevada em segmentos como escritórios corporativos e a inadimplência em fundos de papel de menor qualidade podem limitar a recuperação dos FIIs no curto e médio prazo. Ele recomenda cautela aos investidores, sugerindo que os fundos logísticos e shoppings de alta qualidade podem oferecer maior previsibilidade de receita, mas com atenção às avaliações atuais que já refletem parte das expectativas de mercado.