A operação da Polícia Federal contra o pastor Silas Malafaia, realizada em 20 de agosto de 2025, expôs divisões internas no núcleo bolsonarista. Alvo de um mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, Malafaia trocou mensagens com Jair Bolsonaro (PL) em que atacou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), chamando-o de ‘babaca’. O descontentamento do pastor se deu após a defesa de Eduardo da sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros, que, segundo Malafaia, fortaleceu politicamente Lula ao lhe proporcionar um ‘discurso nacionalista’.
As mensagens reveladas pela Polícia Federal mostram a indignação de Malafaia, que expressou sua frustração ao ex-presidente Bolsonaro e indicou que poderia retaliar publicamente Eduardo caso ele continuasse a fazer declarações consideradas impróprias. A crítica acentuada do pastor, que até então era um dos aliados mais próximos da família Bolsonaro, sugere uma ruptura significativa nas relações dentro do grupo político. Além disso, Malafaia é mencionado em um inquérito que investiga tentativas de obstrução da Justiça e ataques a instituições democráticas.
As implicações dessa rixa interna são profundas, pois podem afetar a coesão do grupo bolsonarista em um momento crítico, onde Jair e Eduardo Bolsonaro enfrentam investigações por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A situação evidencia não apenas a fragilidade das alianças políticas, mas também o potencial impacto nas estratégias futuras do grupo em um cenário político já conturbado.