Um levantamento da Serasa Experian indica que 70,5% da renda dos brasileiros está comprometida com dívidas, incluindo faturas de cartão de crédito e empréstimos. Para os consumidores que recebem até um salário mínimo, esse número é ainda mais alarmante, alcançando 90,1% do orçamento. Em contrapartida, aqueles que ganham mais de dez salários mínimos apresentam um comprometimento de 58,2%, o menor entre as faixas analisadas.
Apesar do alto nível de endividamento, os dados mostram uma leve queda nos últimos anos: em 2022, o índice era de 72,3%, passando para 72% em 2023 e 70,9% em 2024. Eduardo Mônaco, vice-presidente de crédito e plataformas da Serasa Experian, sugere que essa diminuição pode estar ligada a um mercado de trabalho mais aquecido e a políticas de estímulo à renda. Contudo, ele alerta que essa melhora não impede o avanço da inadimplência no Brasil.
As implicações desse cenário são significativas, pois refletem a fragilidade econômica enfrentada por muitos brasileiros. A alta taxa de comprometimento da renda pode limitar o consumo e o investimento das famílias, impactando diretamente a recuperação econômica do país. Assim, enquanto alguns indicadores mostram sinais de melhora, a realidade do endividamento continua a ser um desafio premente para a população.