Uma pesquisa revelou que 53% dos moradores de São Paulo precisaram realizar atividades extras para complementar a renda nos últimos 12 meses. O estudo, intitulado ‘Viver nas Cidades: Desigualdades 2025’, foi conduzido pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com a Ipsos-Ipec e a Fundação Grupo Volkswagen. Apesar de 41% dos entrevistados relatarem estabilidade na renda, 34% relataram diminuição do salário no último ano, enquanto apenas 17% afirmaram que a renda aumentou.
A pesquisa, que ouviu 3.500 pessoas com acesso à internet em dez capitais brasileiras, destaca que a alimentação é a principal despesa das famílias, com 82% dos paulistanos apontando esse item como o mais impactante em seu orçamento. Além disso, 71% dos entrevistados em São Paulo notaram um aumento no número de pessoas em situação de fome e pobreza, o índice mais alto entre todas as capitais pesquisadas. O consumo de carne também foi afetado, com 39% dos paulistanos reduzindo sua ingestão.
Os dados revelam uma contradição nas capitais brasileiras: embora uma parte significativa da população relate que a renda aumentou ou ficou estável, muitos percebem um crescimento da fome e da pobreza. Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis, enfatiza que esses resultados mostram que ainda há um longo caminho a percorrer para reduzir as desigualdades nas maiores cidades do país. A pesquisa foi divulgada como parte da Semana de Combate às Desigualdades e servirá de base para o Observatório Nacional das Desigualdades.