Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, anunciou nesta segunda-feira (18) a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao aumento da recompensa oferecida pelos Estados Unidos por sua captura. Essa mobilização levanta discussões sobre as diferenças entre as milícias da Venezuela e do Brasil. Na Venezuela, as milícias são reconhecidas como parte das Forças Armadas e atuam sob o comando do governo, enquanto no Brasil, grupos armados operam de forma ilegal, explorando comunidades urbanas.
O professor Carlos Andrade Teixeira, especialista em políticas internacionais e segurança pública, explica que a principal diferença reside na relação com o Estado. As milícias venezuelanas integram oficialmente a FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) e têm como função a defesa do país, enquanto as milícias brasileiras são formadas por policiais e ex-policiais que ocupam lacunas deixadas pelo Estado, focando na exploração econômica e no controle territorial. Essa estrutura ilegal dificulta a repressão e mantém uma relação informal com agentes públicos.
As implicações dessa comparação são profundas, refletindo não apenas as dinâmicas internas de cada país, mas também as tensões geopolíticas na região. A mobilização das milícias na Venezuela ocorre em um contexto de crescente pressão dos EUA, que enviaram tropas e navios para o Caribe em operações antidrogas. Por outro lado, a atuação das milícias brasileiras destaca a fragilidade do Estado em áreas urbanas, onde o poder paralelo se torna uma realidade cotidiana para os moradores.