A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveu um luminol que, além de ser crucial para investigações policiais, agora poderá ser utilizado em hospitais para detectar vestígios de sangue e, assim, reduzir infecções. A empresa americana Belcher Pharmaceuticals está em negociações para licenciar a fórmula, com um investimento de R$ 4,5 milhões e a expectativa de royalties para a universidade. Essa inovação pode ter um impacto significativo na saúde pública no Brasil, onde infecções hospitalares são responsáveis por cerca de 100 mil mortes anuais.
O luminol, que brilha ao entrar em contato com sangue, foi desenvolvido há mais de duas décadas e se destaca por sua eficácia prolongada em comparação com produtos similares. O professor Cláudio Cerqueira Lopes, responsável pela pesquisa, acredita que a aplicação do luminol na saúde pública pode prevenir contaminações graves em equipamentos médicos, como bombas de hemodiálise. Estudos internacionais já demonstraram a eficácia do luminol na erradicação de hepatites em hospitais, o que inspira sua utilização no Brasil.
A Belcher Pharmaceuticals planeja realizar estudos-piloto em hospitais brasileiros antes de expandir o uso do produto no mercado internacional. Após a conclusão das etapas regulatórias junto à Anvisa, o luminol deve estar disponível em hospitais brasileiros em um prazo estimado de 12 a 18 meses. O foco será em centros cirúrgicos e UTIs, onde a detecção de contaminações é vital para a segurança dos pacientes.