O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconduziu Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República (PGR) nesta quarta-feira, 27, em Brasília. Gonet, que já ocupa a função desde dezembro de 2023, terá um novo mandato de dois anos, com a decisão sendo publicada no Diário Oficial da União e sujeita à aprovação do Senado Federal. A recondução foi informada pessoalmente por Lula a Gonet no Palácio do Planalto, em um momento de expectativa política.
A medida ocorre em um contexto delicado, com o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 se aproximando, onde Jair Bolsonaro é o principal réu. O governo brasileiro considera a recondução como uma resposta à suspensão do visto de entrada nos Estados Unidos contra Gonet e ministros do STF, interpretando-a como um desagravo ao procurador-geral. O secretário de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, afirmou que não há relação entre a recondução e o julgamento.
Dias antes da recondução, Gonet solicitou ao STF reforço no monitoramento policial de Jair Bolsonaro, destacando a necessidade de fiscalização rigorosa das medidas cautelares impostas ao ex-presidente. A solicitação surgiu após indícios de risco de fuga de Bolsonaro, incluindo a possibilidade de pedido de asilo na embaixada dos Estados Unidos. A situação reflete não apenas as tensões políticas internas, mas também as complexas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.