O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconduziu Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025. Gonet, que ocupa o posto desde o final de 2023, terá um novo mandato de dois anos, com a nomeação ainda sujeita à aprovação do Senado após sabatina na Comissão de Constituição e Justiça. A decisão ocorre em um momento crítico, com o Supremo Tribunal Federal prestes a julgar uma ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, marcada para iniciar em 2 de setembro.
A recondução antecipada de Gonet, cujo mandato original terminaria em dezembro, levanta questões sobre a influência do Ministério Público nas investigações relacionadas a Bolsonaro e os outros sete réus acusados de tentativas de golpe após as eleições de 2022. Antes de sua recondução, Gonet recomendou ao STF um reforço no monitoramento policial do ex-presidente, sugerindo que equipes acompanhem em tempo integral o cumprimento das medidas cautelares impostas a ele.
A sugestão de monitoramento foi motivada por preocupações sobre um possível risco de fuga de Bolsonaro, que poderia buscar asilo político na Embaixada dos Estados Unidos. As investigações da Polícia Federal também revelaram indícios de que o ex-presidente considerava solicitar asilo na Argentina. A situação destaca a tensão política e judicial no Brasil, à medida que se aproxima o julgamento que pode ter implicações significativas para o futuro político de Bolsonaro.