O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconduziu Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República nesta quarta-feira, em um movimento estratégico às vésperas do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro por sua suposta participação em um golpe de Estado. Gonet, que já ocupava o cargo desde dezembro de 2023, se reuniu com Lula no Planalto, onde a recondução foi formalizada. Agora, ele deve passar por uma nova sabatina no Senado Federal, onde precisa garantir pelo menos 41 votos favoráveis para sua confirmação.
A decisão de Lula é interpretada como um sinal de apoio à atuação discreta de Gonet nas investigações que envolvem políticos, especialmente em um momento crítico para a democracia brasileira. Desde que assumiu a PGR, Gonet tem sido ativo na punição dos réus dos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro e na denúncia de Bolsonaro e outros envolvidos em um plano para desestabilizar o Estado Democrático de Direito. Sua manifestação ao Supremo Tribunal Federal reforça a acusação contra o ex-presidente, destacando a gravidade das ações de Bolsonaro após sua derrota nas eleições de 2022.
A recondução de Gonet também visa evitar especulações sobre a sucessão no Ministério Público Federal (MPF), especialmente em um contexto onde denúncias e investigações estão em andamento. A medida pode ter implicações significativas para o futuro político de Bolsonaro e para a estabilidade do governo Lula, à medida que as investigações avançam e o cenário político se torna cada vez mais polarizado. A expectativa é que a nova sabatina no Senado e os desdobramentos do julgamento influenciem a dinâmica política nos próximos meses.