O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou na última sexta-feira, 1, a disposição do Brasil para dialogar com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que anunciou medidas para proteger a economia brasileira das novas tarifas impostas pelo governo americano. A declaração foi feita em suas redes sociais, horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que Lula poderia procurá-lo a qualquer momento para discutir o assunto.
Lula destacou que as decisões sobre o futuro do Brasil são tomadas pelos brasileiros e suas instituições. Ele enfatizou que o governo está comprometido em defender os setores produtivos e os trabalhadores brasileiros das consequências das ações unilaterais de Washington, que incluem tarifas de até 50% sobre exportações brasileiras, anunciadas dois dias antes.
Durante uma entrevista nos jardins da Casa Branca, Trump minimizou o impacto das tarifas e reiterou sua disponibilidade para diálogo, enquanto criticou indiretamente o Judiciário brasileiro, sugerindo que algumas lideranças agiram de forma inadequada. Desde que Trump reassumiu a presidência em janeiro, não houve contato direto entre ele e Lula, que tem respondido de forma firme às justificativas apresentadas por Washington.
O governo brasileiro, sob a coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin, está articulando uma resposta institucional às tarifas, realizando reuniões com representantes do setor produtivo e autoridades dos EUA. A ofensiva tarifária de Trump, que coincide com críticas ao sistema judicial brasileiro, levanta questões sobre motivações políticas e ideológicas por trás do embate entre os dois países, enquanto o Itamaraty busca manter canais diplomáticos abertos e avaliar contramedidas.