Pesquisas eleitorais recentes revelam um fenômeno peculiar sobre as preferências do eleitorado brasileiro: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a despeito dos altos índices de desaprovação ao seu governo, aparece na liderança da disputa presidencial para 2026. No último mês, levantamentos publicados pelos institutos Paraná Pesquisas, Quaest e AtlasIntel indicam liderança ou empate do petista contra os principais rivais da direita na corrida ao Planalto.
Nas simulações de primeiro turno, Lula aparece tecnicamente empatado ou com estreita margem de vitória sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (atualmente inelegível), mas desfruta de vantagem considerável contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), além de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e outros governadores alinhados ao bolsonarismo. Ao mesmo tempo, as mesmas pesquisas apontam que a rejeição ao governo petista persiste, ao menos desde o início deste ano, em níveis acima de 50% da população, embora a avaliação geral tenha melhorado ligeiramente nos últimos meses.
Para analistas, o principal fator que mantém Lula na liderança da corrida é a alta rejeição a Jair Bolsonaro, favorecendo o atual presidente contra nomes apoiados pelo ex-presidente. A postura de Lula diante das sanções e ameaças dos Estados Unidos também tem contribuído para melhorar sua percepção junto ao eleitorado. Contudo, a dúvida persiste sobre a durabilidade desse apoio, uma vez que a rejeição ao Planalto pode voltar a subir caso não haja melhorias concretas na qualidade de vida da população.