O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não pretende entrar em contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir as tarifas de 50% que incidirão sobre as exportações brasileiras. A informação foi divulgada após um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que revelou que 41,4% da pauta exportadora do Brasil para os EUA, composta por 7.691 produtos, estará sujeita a essa tarifa combinada.
O estudo da CNI, publicado nesta quinta-feira (7), destaca que as tarifas, que incluem 10% de impostos iniciais e 40% de sobretaxa, poderão impactar significativamente as exportações brasileiras, que totalizaram US$ 17,5 bilhões em 2024. A indústria de transformação é o principal setor afetado, representando 69,9% desse valor, com 7.184 produtos que somaram US$ 12,3 bilhões no ano anterior.
Os setores mais atingidos incluem vestuário e acessórios (14,6%), máquinas e equipamentos (11,2%) e produtos têxteis (10,4%). Além disso, a CNI destacou que os setores de aço, alumínio e cobre, que já enfrentam sobretaxas, representam 9,3% da pauta exportadora. O presidente da CNI, Ricardo Alban, enfatizou a necessidade de negociações para reverter essas barreiras comerciais, ressaltando a importância dos EUA como parceiro comercial.
Em resposta ao tarifaço, setores afetados estão solicitando ao governo federal medidas de proteção, como linhas de crédito subsidiadas e prazos ampliados para tributos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já encaminhou propostas ao Palácio do Planalto, que decidirá sobre o anúncio das medidas, que devem ser implementadas de forma escalonada, considerando o impacto em cada setor e empresa.