O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou, durante o 17º Encontro Nacional do PT, realizado neste domingo (3 de agosto de 2025), a necessidade de a esquerda conquistar a maioria no Senado nas eleições de 2026. Lula alertou que a direita, que já conta com 25 senadores, pode alcançar a maioria com a eleição de apenas 17 novos representantes, totalizando 41 senadores. "Precisamos prestar atenção nisso", afirmou o presidente.
Lula também criticou a prática de candidaturas que não passam pelo crivo do partido, destacando a importância de uma decisão coletiva sobre as candidaturas. "O cara se autodetermina candidato e impõe ao partido a candidatura", disse, reforçando que a sigla deve ter a palavra final sobre alianças e nomes próprios nas disputas eleitorais.
O presidente já havia mencionado a importância de uma maioria no Senado em junho deste ano, argumentando que isso evitaria que a direita, em sua visão, "avacalhe" o Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2026, 54 das 81 cadeiras do Senado estarão em disputa, o que representa dois terços da Casa.
Os partidos de direita, liderados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também estão mobilizando esforços para garantir a maioria no Senado. Há preocupações de que uma composição majoritariamente de direita possa facilitar pedidos de impeachment de ministros do STF, como já insinuado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que mencionou apoio de "quase 40" congressistas para o impeachment de Alexandre de Moraes. O atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já se manifestou contra a ideia de impeachment de ministros do STF, considerando-a um problema adicional para o Brasil.