A Justiça da Luisiana, nos Estados Unidos, registrou um marco polêmico ao permitir que Thomas McCartney, condenado por abuso sexual infantil, se torne o primeiro preso a aceitar a dupla castração, cirúrgica e química, em troca de uma pena mais branda. Classificado como “predador sexual” de grau máximo, McCartney possui um histórico alarmante de crimes contra menores, incluindo o recente caso em que foi flagrado intimidando uma menina de sete anos com uma arma. Com o acordo, ele cumprirá 40 anos de prisão, mas se submeterá a um procedimento que suprime irreversivelmente sua libido.
A legislação que possibilitou essa decisão foi aprovada em 2023 pelo Legislativo estadual da Luisiana e permite tanto a castração química quanto a cirúrgica, ambas exigindo consentimento do condenado. Apesar de ser vista como uma alternativa ao aumento da pena, a medida gerou forte repúdio entre juristas e especialistas em direitos humanos, que a consideram cruel e desumana. A deputada estadual Delisha Boyd, autora da lei, argumenta que endurecer as penas é necessário para lidar com crimes sexuais, defendendo que qualquer mudança positiva no comportamento de um estuprador justifica a legislação.
A castração química já é aplicada em outros estados americanos e países como Indonésia e Suíça, mas especialistas alertam que tais medidas não garantem a extinção do impulso sexual. O caso de McCartney levanta questões cruciais sobre como sociedades que prezam pelo Estado de Direito devem lidar com criminosos sexuais reincidentes. Enquanto críticos apontam que a abordagem não resolve o problema central, apoiadores veem nela uma resposta firme a crimes considerados intoleráveis.