Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), anunciou que irá contestar judicialmente o pedido de demissão feito pelo ex-presidente Donald Trump. A solicitação, que se baseia em alegações de supostas irregularidades em empréstimos imobiliários, é sem precedentes na história de 111 anos do banco central americano. A situação se torna ainda mais crítica com a renovação dos presidentes regionais do Fed prevista para fevereiro de 2026, pois, se Cook for afastada, Trump poderá controlar quatro dos sete assentos do conselho.
Cook, a primeira mulher negra a integrar o Conselho do Fed, foi indicada em 2022 e reconduzida ao cargo em 2023, com mandato até 2038. Em resposta ao pedido de demissão, ela afirmou por meio de seu advogado que não renunciará, argumentando que as alegações não têm base factual ou legal. O pedido de Trump se fundamenta em um artigo da lei do Federal Reserve que permite demissões por justa causa, alegando que Cook teria declarado duas residências como principais para obter condições mais vantajosas em financiamentos.
A situação já impactou o mercado financeiro, com o índice do dólar registrando queda de 0,3% e os títulos do tesouro americano apresentando aumento na volatilidade. A possível saída de Cook pode influenciar significativamente as decisões de política monetária e a credibilidade futura do Fed, levantando preocupações sobre a direção econômica dos Estados Unidos sob a influência de Trump.