O lipedema, uma condição crônica e progressiva, afeta até 8,8 milhões de mulheres no Brasil, causando acúmulo anormal e doloroso de gordura, especialmente em pernas e braços. Estima-se que entre 10% e 18% da população feminina mundial sofra com essa condição, mas o diagnóstico no país é raro, sendo frequentemente confundido com obesidade ou retenção de líquidos. A médica endocrinologista Sandra Campos explica que a dor à palpação e a desproporção entre tronco e membros são características fundamentais do lipedema.
A condição é mais prevalente em mulheres jovens, especialmente após a puberdade, gravidez ou menopausa, devido a alterações hormonais. Os sintomas incluem dor, sensibilidade ao toque e aumento simétrico do volume corporal. Embora não haja cura, o tratamento pode controlar os sintomas por meio de meias de compressão, dieta balanceada e suporte psicológico. Em casos mais graves, procedimentos como lipoaspiração podem ser considerados.
Reconhecido oficialmente pela Organização Mundial da Saúde em 2022, o lipedema ainda carece de visibilidade. A especialista Sandra Campos ressalta a importância do diagnóstico precoce para um manejo eficaz e a redução do impacto na vida das pacientes. Além das limitações físicas, muitas mulheres enfrentam desafios emocionais significativos, como baixa autoestima e ansiedade, devido à falta de resultados estéticos com dietas e exercícios.