A escritora Lilia Guerra, autora de “O Céu para os Bastardos”, relatou ter sido acusada de furtar um lençol e uma manta durante sua estadia na pousada Garden Hotel Boutique Paraty, após participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2025, realizada entre 30 de julho e 3 de agosto. Em entrevista ao g1, Lilia negou as acusações e afirmou que a situação expõe o racismo estrutural presente na sociedade, deixando-a “atônita e incrédula”. Segundo a autora, a hospedagem foi marcada por condições precárias, e a acusação surgiu após ela relatar problemas à equipe do evento e solicitar um cobertor extra devido ao frio.
Após retornar a São Paulo, Lilia foi surpreendida por uma mensagem da equipe da Flip, informando que a pousada alegava que ela havia levado itens embora. A escritora expressou sua indignação, questionando se um autor branco teria enfrentado a mesma situação. A pousada, por sua vez, negou ter acusado Lilia de furto e lamentou a forma como a comunicação foi feita. A Flip também se posicionou em apoio à autora, reforçando seu compromisso com a diversidade e o acolhimento.
O episódio gerou discussões sobre desigualdade em espaços culturais e a necessidade de refletir sobre o tratamento dado a autores de diferentes origens. Lilia Guerra, que se destaca como uma voz importante da literatura brasileira contemporânea, pretende discutir essa experiência em uma reunião com a organização do evento. Para ela, é fundamental abordar essas questões para garantir que todos se sintam seguros ao ocupar espaços que deveriam ser inclusivos.