O leilão promovido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para a quitação de dívidas do Generation Scaling Factor (GSF) resultou em impacto limitado no valor presente líquido (VPL) das concessões da Cemig (CMIG4) e da Eletrobras (ELET3; ELET6), conforme análise do Itaú BBA. Realizado após a Audiência Pública nº 188/2025 e a Portaria Ministerial nº 112/2025, o certame permitiu que hidrelétricas quitassem parte de seus passivos em troca da extensão de concessões por até sete anos, movimentando mais de R$ 1,4 bilhão.
Durante o leilão, dos R$ 1,1 bilhão em passivos elegíveis, R$ 842 milhões foram negociados, com oito usinas vencedoras e um ágio médio de 66%. A China Three Gorges (CTG) destacou-se como a principal licitante, garantindo o maior volume de direitos de extensão, incluindo a UHE Capivara, onde adquiriu 30.848 títulos por R$ 657,7 milhões, resultando em um ágio implícito de 113%.
A Cemig conquistou a prorrogação das usinas Irapé, Queimado e da PCH Pai Joaquim, enquanto a Eletrobras obteve a extensão da UHE Coaracy Nunes. Apesar das aquisições, o Itaú BBA considera que o efeito financeiro para ambas as empresas é marginal, com a Cemig apresentando prêmios entre 20% e 25% e a Eletrobras registrando um ágio implícito de 27% na sua aquisição.
O BTG Pactual também comentou sobre o leilão, destacando que a ANEEL questionou o WACC de 10,94% utilizado nos cálculos, o que pode levar a uma eventual retirada das ofertas. No entanto, os analistas acreditam que os efeitos do certame representam uma alocação de capital modesta para as empresas envolvidas.