Uma lagosta-boxeadora (Odontodactylus scyllarus), conhecida por seu golpe potente, foi flagrada atacando um turista na praia do Guaraú, em Peruíbe, litoral de São Paulo. O crustáceo, que pode atingir velocidades superiores a 80 km/h, gerou repercussão nas redes sociais após o incidente, que foi registrado em vídeo. Apesar de sua força, a espécie não possui valor comercial significativo no Brasil, sendo raramente consumida e coletada.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a lagosta-boxeadora não está listada como ameaçada de extinção e sua captura não é proibida por normas federais. O biólogo marinho Alex Ribeiro e o pesquisador Ronaldo Christofoletti explicaram que a baixa demanda por essa espécie no mercado de pescado se deve à dificuldade de captura e ao fato de que ela não é alvo de pesca direcionada.
Embora o consumo da lagosta-boxeadora não seja comum, há registros de que pescadores e comunidades caiçaras a consomem ocasionalmente. Christofoletti destacou que, apesar de não ser amplamente utilizada na culinária, a carne do crustáceo possui potencial nutritivo semelhante ao de outros crustáceos, como lagostas e camarões. O comerciante Augusto Viudes, com 40 anos de experiência no Mercado de Peixes de Santos, afirmou que a espécie não é comercializada atualmente devido à falta de interesse do público, embora tenha sido vendida na década de 1980 misturada a outros crustáceos.