O economista norte-americano Paul Krugman renovou suas críticas ao presidente Donald Trump, desta vez em relação à tentativa de demitir Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed). Em análise publicada nesta terça-feira, Krugman classifica a ação como ilegal e argumenta que as alegações de fraude hipotecária contra Cook são frágeis. Ele destaca que a responsabilidade pela situação recai sobre o presidente do Fed, Jerome Powell, que deve exigir uma base legal para a saída da diretora.
Krugman enfatiza que a demissão de Cook teria implicações que vão além da autoridade monetária, podendo marcar a destruição do profissionalismo e do pensamento independente no governo federal. Ele compara a situação atual dos EUA com a da Turquia, onde a inflação disparou sob a liderança de Recep Tayyip Erdogan. O economista critica ainda a falta de acusações formais por parte do Departamento de Justiça contra Cook, sugerindo que a verdadeira motivação de Trump é substituir funcionários independentes do Fed por seus próprios indicados.
Por fim, Krugman observa que os mercados financeiros podem ignorar a ilegalidade da administração Trump, mas ressalta que essa questão transcende a política monetária. Ele conclui afirmando que o verdadeiro desafio é manter os EUA como uma nação regida por leis, alertando para os perigos de uma possível submissão da Suprema Corte às ações do presidente. A recusa de Cook em renunciar é vista como um ato de resistência necessário neste contexto.