O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel, voltou a criticar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira (1º), em resposta à recente imposição de tarifas comerciais. Em um artigo, Krugman classificou as novas tarifas como ilegais e politicamente desastrosas, afirmando que o governo americano utiliza barreiras comerciais como ferramenta de pressão política. Ele destacou que a tentativa de forçar mudanças políticas em outros países por meio de tarifas é uma demonstração de "delírios de grandeza".
Krugman citou o Brasil como um exemplo emblemático, onde tarifas de até 50% foram aplicadas, superando as taxas impostas a outros parceiros comerciais. O economista criticou a justificativa de Trump para as tarifas, que seria punir o Brasil por ações do Judiciário relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Krugman, a legislação americana não permite a imposição de tarifas com base em descontentamento político, mas apenas em situações econômicas específicas, que não se aplicam ao caso brasileiro.
Além disso, Krugman questionou a eficácia da estratégia tarifária, ressaltando que o mercado americano representa apenas 12% das exportações brasileiras. Ele argumentou que as tarifas podem ter um efeito contrário ao desejado, fortalecendo a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. O economista também apontou contradições nas exceções feitas pelo governo americano, como a isenção do suco de laranja, que é amplamente importado do Brasil, enquanto o café, considerado essencial, não recebeu o mesmo tratamento. Krugman concluiu que as tarifas são pagas pelos consumidores americanos, não pelos exportadores estrangeiros.