Karina Milei, secretária-geral da Presidência da Argentina e irmã do presidente Javier Milei, enfrenta sérias acusações de corrupção relacionadas a um suposto esquema de cobrança de propinas na compra de medicamentos para a rede pública. As denúncias emergiram após a divulgação de áudios de Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), que alega ter evidências da participação de Karina e de Eduardo “Lule” Menem, um aliado próximo do presidente. Segundo Spagnuolo, até 8% do faturamento das indústrias farmacêuticas eram desviados para garantir contratos com o governo.
O caso se intensificou com a abertura de uma investigação federal e buscas em empresas ligadas ao esquema, além da apreensão de dólares em espécie. Embora os áudios ainda não tenham sido autenticados oficialmente, as alegações levaram à demissão de Spagnuolo e à possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o assunto. O governo Milei defende que se trata de uma perseguição política, mas a pressão sobre o presidente aumenta à medida que se aproximam as eleições provinciais em Buenos Aires e o pleito legislativo nacional.
A crise representa um desafio significativo para Javier Milei, que já enfrenta um Congresso hostil. O apoio público demonstrado por ele à irmã, mesmo diante das acusações, pode não ser suficiente para conter os efeitos negativos sobre sua administração. A situação exige atenção redobrada, pois o escândalo pode comprometer o discurso anticorrupção que foi fundamental para sua ascensão ao poder e impactar sua governabilidade nos próximos meses.