A Justiça de São Paulo decidiu suspender os resultados do concurso público para investigador da Polícia Civil, após denúncias de irregularidades na prova oral. A decisão, proferida nesta terça-feira (20), revela que examinadores utilizaram questões de um cursinho preparatório, o Concurseiro PRO, em vez do material oficial da Academia da Polícia Civil (Acadepol), beneficiando candidatos que já tinham acesso ao conteúdo. Uma imagem capturada durante a prova mostra uma examinadora consultando documentos do curso, o que levanta sérias preocupações sobre a isonomia entre os concorrentes.
A decisão do desembargador Aliende Ribeiro, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), enfatiza que o uso de material de cursinho compromete os princípios da moralidade e legalidade. Com essa determinação, o Estado está impedido de homologar o resultado final do concurso, embora as fases anteriores permaneçam válidas. A diretora da Acadepol, Márcia Ruiz, assegurou que os concursos da corporação continuam em andamento, enquanto candidatos expressam frustração com a situação, destacando o impacto negativo em suas trajetórias profissionais.
O Concurseiro PRO se defendeu, afirmando que suas questões eram baseadas em arguições públicas de concursos anteriores e negou qualquer influência na escolha das perguntas do exame oral. A suspensão da nomeação dos aprovados permanece até o julgamento definitivo da ação, enquanto a seleção avança para a fase do exame psicotécnico e exames médicos para candidatos com deficiência. O caso levanta questões sobre a integridade dos processos seletivos e a confiança dos candidatos na justiça dos concursos públicos.