A Justiça de São Paulo enviou um ofício ao Tribunal de Justiça solicitando que o julgamento dos policiais militares acusados de matar a garçonete Luana Barbosa dos Reis ocorra fora de Ribeirão Preto. A juíza Marta Rodrigues Maffeis, da 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais, fundamentou seu pedido na necessidade de garantir a imparcialidade do júri, citando a intimidação de testemunhas e o clamor popular em torno do caso, que ganhou repercussão internacional e chegou ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Luana foi agredida durante uma abordagem policial em abril de 2016 e faleceu cinco dias depois em decorrência dos ferimentos. A defesa dos policiais, Douglas Luiz de Paula, André Donizete Camilo e Fábio Donizeti Pultz, tentou transferir o caso para a Justiça Militar, mas o Supremo Tribunal Federal decidiu que eles devem ser julgados pela Justiça comum. Os três enfrentam acusações de homicídio triplamente qualificado.
O pedido de desaforamento ainda precisa ser avaliado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A juíza destacou que a possibilidade de um julgamento sereno e imparcial na comarca está comprometida por manifestações populares e pela ampla cobertura midiática do caso, o que pode influenciar tanto jurados quanto testemunhas durante o processo.