Na segunda-feira, 25 de agosto, o Ministério da Justiça do Paraguai decretou a intervenção na Penitenciária de Emboscada, localizada na região metropolitana de Assunção. A decisão ocorreu após uma vistoria realizada em 22 de agosto pela juíza Sandra Kirchhofer, que revelou a existência de celas luxuosas utilizadas por chefes do narcotráfico e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). As acomodações irregulares continham frigobares, ar-condicionado e até banheiras de hidromassagem.
O diretor da unidade, Humberto René Gómez, e o chefe de segurança, Alipio Gómez, foram afastados como parte das medidas adotadas. Segundo o ministro Rodrigo Nicora, a ação busca eliminar privilégios indevidos em estabelecimentos prisionais do país. Informações locais indicam que os presos pagavam cerca de 3 milhões de guaranis (aproximadamente R$ 2.250) mensais para manter esses benefícios.
Este episódio reacende as críticas ao sistema penitenciário paraguaio, que já enfrentou escândalos semelhantes no passado. Em 2017, uma cela luxuosa do traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão foi descoberta na Penitenciária de Tacumbú, evidenciando a necessidade urgente de reformas no sistema prisional do país. A intervenção atual pode sinalizar um esforço mais amplo para combater a corrupção e os privilégios dentro das prisões paraguaias.