O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que Ruan Nilton da Luz, acusado de matar duas pessoas e ferir outras a tiros em Belo Horizonte, não usará tornozeleira eletrônica. A decisão foi proferida pelo juiz Roberto Oliveira Araújo Silva, do 2º Tribunal do Júri, que negou o pedido de monitoramento eletrônico solicitado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O crime ocorreu no dia 30 de outubro de 2022, logo após as eleições presidenciais, no bairro Nova Cintra.
Ruan, que está sob prisão domiciliar desde março de 2024, pode sair de casa apenas com autorização judicial ou para tratamento de saúde. O MPMG argumentou que não há controle efetivo sobre o cumprimento da prisão domiciliar e o tratamento psiquiátrico do réu. Contudo, o juiz considerou que a monitoração eletrônica seria inadequada devido ao estado de saúde mental do acusado, que é atendido pelo Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental (PAI-PJ) do TJMG.
Laudos apresentados pela defesa indicam que Ruan sofre de transtorno afetivo bipolar, episódios depressivos graves, e apresenta histórico de automutilação e tentativas de suicídio. Uma nova audiência de instrução está agendada para o dia 16 de setembro, onde sete testemunhas, incluindo vítimas, já foram ouvidas em julho. O caso remonta a um ataque em uma confraternização que resultou na morte de duas pessoas, uma delas uma menina de 12 anos, e deixou outras três feridas, com o acusado gritando apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante o ato.