A Justiça italiana decidiu manter a prisão cautelar da deputada federal licenciada Carla Zambelli em Roma, nesta terça-feira (19). A decisão do Tribunal de Apelações rejeitou o pedido da defesa para a conversão da prisão em domiciliar, mantendo Zambelli detida no presídio feminino de Rebibbia desde 29 de julho, após condenação no Brasil a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica. A Advocacia-Geral da União apresentou documentos que reforçaram a legalidade da prisão, com base no mandado do STF e na Difusão Vermelha da Interpol, considerada suficiente pelo tratado de extradição entre Brasil e Itália. A defesa questionou a prisão alegando problemas de saúde de Zambelli, a ausência de mandado internacional válido e a falta de solicitação formal de extradição. Essas alegações foram rejeitadas, exceto a questão de saúde, que será avaliada em perícia médica realizada na última segunda-feira (18). Uma nova audiência está marcada para 27 de agosto para discutir o laudo e decidir sobre a manutenção da prisão cautelar ou transferência para regime domiciliar. A extradição da deputada ainda está em análise, envolvendo trâmites judiciais e políticos. A cidadania italiana de Zambelli pode complicar o processo, mas tratados bilaterais permitem a extradição, como ocorreu no caso de Henrique Pizzolato, em 2015. A defesa afirma perseguição política e busca asilo, enquanto especialistas apontam que os crimes cometidos não se enquadram como políticos.