A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) permanece presa na Itália após a Justiça local confirmar sua detenção, decorrente de uma condenação no Brasil a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão foi proferida na última sexta-feira (1º) após uma audiência de custódia no Tribunal de Apelação de Roma.
Zambelli, que está detida no presídio de Rebibbia, aguarda a análise do pedido de liberdade feito por sua defesa, que deve ser avaliado apenas em agosto. O embaixador brasileiro na Itália, Renato Mosca, expressou confiança na Justiça do país europeu, enquanto o Brasil formalizou um pedido de extradição para que a parlamentar cumpra sua pena em território nacional.
O processo de extradição pode levar até dois anos, passando por duas instâncias da Justiça italiana antes de ser decidido pelo ministro da Justiça local. A Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada para tomar as providências necessárias, incluindo a possibilidade de contratar advogados na Itália para acompanhar o caso. Zambelli, por sua vez, declarou que deseja ser julgada na Itália e nega as acusações, alegando que sua condenação no Brasil se baseou em depoimentos falsos.
A parlamentar deixou o Brasil em maio, passando por Argentina e Estados Unidos, antes de se estabelecer em Roma, onde foi presa na última terça-feira (29) após ser localizada pela polícia italiana, com a ajuda de um deputado local. A defesa afirma que Zambelli se entregou espontaneamente, embora a movimentação policial indique um cerco ao local para evitar sua fuga.