Uma juíza dos Estados Unidos ordenou, nesta sexta-feira (22), a soltura de Kilmar Abrego, um imigrante cuja deportação injusta para El Salvador em março o transformou em um símbolo das políticas de imigração do ex-presidente Donald Trump. Abrego, de 30 anos, foi deportado em 15 de março, apesar de uma decisão de 2019 que proibia seu retorno devido ao risco de perseguição por gangues. Ele foi trazido novamente aos EUA em junho para enfrentar acusações criminais relacionadas ao transporte de migrantes ilegais.
O caso de Abrego ganhou destaque em meio à postura do governo Trump, que não tomou medidas para reverter sua deportação, mesmo após uma autoridade reconhecer que se tratava de um “erro administrativo”. A juíza distrital Paula Xinis, em Greenbelt, Maryland, supervisiona o processo civil onde Abrego contesta a legalidade de sua deportação. Ela ordenou que as autoridades notificassem seus advogados com três dias de antecedência antes de qualquer tentativa de deportação para um terceiro país, garantindo assim o direito à contestação.
Embora a Justiça tenha determinado que Abrego não representa perigo à comunidade e não é um risco de fuga, sua libertação foi adiada por um mês. Uma vez em Maryland, ele poderá ser detido novamente por autoridades de imigração e enfrentar um novo processo de deportação, possivelmente para o México ou Sudão do Sul. A situação de Abrego reflete as complexidades e desafios enfrentados por muitos imigrantes nos EUA sob políticas rigorosas.