O Tribunal de Apelações dos Estados Unidos considerou ilegais a maior parte das tarifas impostas por Donald Trump a países parceiros comerciais. No entanto, essa decisão não deve impactar a missão de entidades e empresários brasileiros que embarcam neste domingo (31) para Washington, onde participarão de uma audiência no Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR). José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirmou que a decisão não interfere, pois já era esperada e vem de uma corte de apelações de segunda instância.
A origem da ação é um processo movido por 12 pequenas empresas e Estados norte-americanos em abril, quando Trump elevou tarifas contra importações do México, Canadá e China. Velloso destacou que Trump tem o direito de recorrer à Suprema Corte dos Estados Unidos, o que pode prolongar o julgamento por até um ano e meio. Ele também mencionou que escritórios de advogados contratados pelos empresários brasileiros têm como missão contestar a aplicação da Seção 301 contra o Brasil, que permite aos EUA investigar práticas comerciais.
A Seção 301 limita o poder do presidente norte-americano a impor tarifas superiores a 15%, exigindo comprovação de práticas comerciais injustas. As tarifas impostas por Trump ao Brasil chegaram a 50% em alguns segmentos, e a delegação brasileira buscará contestar esses valores na próxima semana. Velloso acredita que as tarifas permanecerão elevadas até que o julgamento na Suprema Corte seja concluído, o que pode levar tempo.