Um tribunal de apelações em Washington ouviu, nesta quinta-feira (31), empresários e autoridades estaduais que questionam a legalidade das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. A audiência, que durou quase duas horas, envolveu um grupo de cinco pequenas empresas e 12 estados que buscam derrubar as sobretaxas anunciadas em abril, que afetam importações de diversos países, incluindo China, Canadá e México.
Os advogados das empresas e estados argumentaram que Trump não possui a autoridade necessária para impor tarifas tão abrangentes com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional. A corte demonstrou preocupação com a aplicação dessa legislação, que, segundo um juiz, não menciona explicitamente o termo "tarifas". A defesa do governo, por sua vez, alegou que o país enfrenta ameaças extraordinárias, como déficits comerciais e tráfico de drogas, que justificariam as medidas.
Além da audiência judicial, Trump anunciou novas taxas para países com os quais os Estados Unidos têm os maiores déficits comerciais, com a implementação prevista para esta sexta-feira (1°). O presidente também enviou cartas a líderes mundiais, pressionando por acordos comerciais vantajosos. O México, principal parceiro comercial dos EUA, recebeu uma prorrogação de 90 dias para evitar uma tarifa de 30%, enquanto a Coreia do Sul firmou um acordo para manter a tarifa em 25%.
O decreto que formaliza o tarifaço não especifica a data de entrada em vigor das novas tarifas, e a decisão do tribunal sobre a contestação pode levar semanas, podendo até ser levada à Suprema Corte. A situação gera incertezas no comércio internacional e nas relações econômicas dos Estados Unidos com outros países.