O Tribunal Superior de Bogotá revogou na terça-feira (19) a decisão que havia determinado a prisão do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, condenado por fraude processual e suborno de testemunhas. A condenação, proferida em 1º de agosto, resultou em uma pena de 12 anos de prisão domiciliar e é considerada histórica, pois marca a primeira vez que um ex-chefe de Estado colombiano enfrenta uma pena imediata. A decisão do tribunal permite que Uribe aguarde em liberdade até que seu recurso de apelação seja analisado pelo Judiciário colombiano.
A juíza Sandra Liliana Heredia, responsável pela condenação, reconheceu a responsabilidade criminal de Uribe após um processo que durou cerca de 13 anos. Além da prisão domiciliar, Uribe foi multado em US$ 578 mil e proibido de ocupar cargos públicos por oito anos. O ex-presidente, que governou a Colômbia de 2002 a 2010, sempre negou as acusações e classificou o caso como uma perseguição política, um argumento defendido por seus aliados e membros do partido Centro Democrático.
O processo teve início em 2012, quando Uribe acusou o senador Iván Cepeda de orquestrar sua vinculação a grupos paramilitares. Investigações posteriores concluíram que Uribe teria tentado desacreditar as acusações contra ele, subornando testemunhas. A decisão do tribunal pode ter implicações significativas para o futuro político de Uribe e para a confiança no sistema judiciário colombiano, que enfrenta desafios em sua credibilidade.