Um tribunal de Bogotá decidiu nesta terça-feira (19) pela libertação imediata do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que estava sob prisão domiciliar desde 1º de agosto. A medida ocorre enquanto o tribunal analisa seu recurso contra a condenação histórica a 12 anos de prisão por suborno e fraude processual, tornando-se o primeiro ex-governante do país a ser condenado criminalmente. Uribe, que governou entre 2002 e 2010, recebeu a pena máxima por tentar subornar paramilitares para que se desvinculassem de esquadrões antiguerrilhas.
O tribunal considerou que os critérios utilizados pela juíza de primeira instância para justificar a prisão domiciliar eram vagos e imprecisos, além de não haver risco de fuga ou dano à sociedade. A decisão do tribunal deve ser ratificada ou revogada até 16 de outubro, data em que o processo poderá ser arquivado caso não haja uma conclusão. O caso é emblemático na política colombiana, refletindo as tensões entre diferentes grupos políticos e a polarização do debate público.
A condenação de Uribe gerou reações intensas, incluindo críticas do secretário de Estado americano, Marco Rubio, que denunciou a suposta instrumentalização do Judiciário colombiano. O ex-presidente, um aliado histórico dos Estados Unidos, mobilizou apoio popular em sua defesa, enquanto figuras políticas como o senador Bernie Moreno celebraram a decisão do tribunal como uma vitória para sua família e para a Colômbia. O desdobramento deste caso poderá influenciar o cenário político e judicial do país nos próximos meses.