Um tribunal da Colômbia decidiu nesta terça-feira (19) que o ex-presidente Álvaro Uribe poderá responder em liberdade ao processo penal que enfrenta. Essa decisão permite que ele deixe a prisão domiciliar enquanto aguarda a análise do recurso da defesa contra a sentença de 12 anos de prisão imposta em 1º de agosto, relacionada a um caso de manipulação de testemunhas. Uribe, que governou a Colômbia de 2002 a 2010, foi declarado culpado de fraude processual e suborno de testemunhas durante uma audiência em Bogotá, onde também foi determinado o pagamento de uma multa significativa e sua inabilitação para cargos públicos por oito anos.
A juíza Sandra Heredia determinou que a pena começasse a ser cumprida imediatamente, mas a decisão do Tribunal Superior de Bogotá acatou uma ação de tutela que permite a Uribe permanecer em liberdade enquanto se julga a apelação da sentença. O caso teve início em 2012, quando Uribe acusou o senador Iván Cepeda de tentar vinculá-lo à criação de um grupo paramilitar, acusações que Cepeda nega. Seis anos depois, a Suprema Corte da Colômbia abriu uma investigação contra Uribe, culminando em uma acusação formal e na condenação que agora está sendo contestada.
As implicações dessa decisão são significativas, não apenas para Uribe, mas também para a confiança no sistema judicial colombiano. A possibilidade de que um ex-presidente responda em liberdade a acusações tão graves levanta questões sobre a justiça e a política no país. A defesa de Uribe já anunciou que recorrerá da condenação, e o desdobramento desse caso poderá impactar o cenário político e judicial da Colômbia nos próximos meses.