A Justiça Eleitoral da 120ª Zona, em Grão Mogol, Minas Gerais, cassou os mandatos do prefeito de Cristália, Jairo de Matos Borges Júnior (PP), e da vice-prefeita, Elizete Dias Cabral (PDT), por abuso de poder político e econômico durante as eleições municipais de 2024. A sentença foi proferida pela juíza Kellymar Pedrosa de Sousa e determina a inelegibilidade do prefeito por oito anos, além do pagamento de multa de R$ 25 mil. A ação foi movida pelo Ministério Público, que alegou um esquema de compra de votos e oferta de vantagens indevidas a eleitores. Entre as irregularidades, destaca-se o pagamento de R$ 10 mil a uma candidata rival para que desistisse da disputa e apoiasse a chapa de Jairo Júnior.
A juíza considerou as provas apresentadas como “robustas”, incluindo mensagens de WhatsApp, vídeos com apoiadores exibindo dinheiro e comprovantes de transferências via PIX. A diferença entre os votos do prefeito e do segundo colocado foi de apenas 14 votos, o que reforça o potencial impacto das irregularidades no resultado final. Com a cassação da chapa eleita, novas eleições podem ser convocadas em Cristália, conforme a legislação eleitoral, embora a decisão ainda possa ser contestada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.
Enquanto isso, Jairo Júnior permanece no cargo até que todas as fases recursais sejam concluídas. A vice-prefeita Elizete Cabral também teve seu mandato cassado, mas não foi declarada inelegível devido à falta de provas de seu envolvimento direto nas irregularidades. A defesa do prefeito expressou surpresa com a decisão e reafirmou confiança na reversão da sentença no TRE-MG, destacando que ele continua exercendo suas funções com dedicação ao município.