O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação penal por tentativa de golpe de Estado está agendado para setembro, conforme anunciou a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte reservou cinco terças-feiras do mês para discutir o caso, que envolve o que a Procuradoria-Geral da República (PGR) classifica como o 'núcleo crucial' da trama golpista, composto por oito réus, incluindo Bolsonaro e ex-ministros de sua gestão.
A PGR alega que os réus, entre os quais estão Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, foram responsáveis pelas principais decisões na tentativa de ruptura institucional. A denúncia aponta Jair Bolsonaro como o líder da organização criminosa, com a acusação de que ele teria instrumentalizado o aparato estatal para atacar as instituições públicas e o processo sucessório.
Atualmente, a ação penal está na fase de apresentação das alegações finais das defesas. Mauro Cid, delator do caso, já enviou suas considerações à Corte. A PGR solicitou a condenação de Bolsonaro por cinco crimes, que podem resultar em até 43 anos de prisão. O procurador Paulo Gonet destacou que o ex-presidente foi o 'principal articulador' da tentativa de golpe.
Bolsonaro encontra-se em prisão domiciliar desde 18 de julho, devido ao descumprimento de medidas cautelares. Recentemente, ele foi flagrado em um vídeo publicado por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, o que levou à remoção da publicação e à reafirmação das restrições impostas pelo STF. O julgamento será conduzido por cinco dos onze ministros da Corte, sob a relatoria de Alexandre de Moraes.