Uma juíza federal bloqueou na sexta-feira, 29, temporariamente, a administração Trump de executar deportações rápidas de migrantes sem documentos detidos no interior dos Estados Unidos. A medida é um revés para os esforços da administração republicana de expandir o uso do estatuto federal de remoção acelerada, que permitiria deportar rapidamente alguns migrantes ilegais sem que eles passassem pela Justiça. O presidente Donald Trump prometeu organizar uma operação massiva de deportação durante sua campanha de 2024, estabelecendo a meta de realizar um milhão de deportações por ano em seu segundo mandato.
A juíza distrital dos EUA, Jia Cobb, em Washington, D.C., argumentou que o uso ampliado da remoção acelerada pela administração Trump está pisoteando os direitos de devido processo dos indivíduos. Em sua opinião de 48 páginas, Cobb afirmou que o governo não pode aplicar a lei a um grande grupo de pessoas que vivem no interior do país sem garantir a elas o devido processo legal. A juíza não questionou a constitucionalidade do estatuto, mas enfatizou que priorizar a velocidade nas deportações pode levar a erros graves.
Cobb já havia bloqueado anteriormente os esforços da administração Trump para expandir as deportações rápidas para imigrantes que entraram legalmente nos EUA sob liberdade condicional humanitária. Essa decisão pode beneficiar centenas de milhares de pessoas que, mesmo cientes de seus direitos, podem ser removidas rapidamente se falharem em uma triagem inicial. A situação levanta questões sobre a proteção legal dos imigrantes e o uso da remoção acelerada pelo governo dos EUA.