O juiz Iano Miranda dos Anjos, responsável pela 1ª Vara da cidade de Cuité, foi afastado temporariamente pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) em uma decisão unânime do Pleno, ocorrida em 27 de agosto de 2025. O afastamento se deu em razão de negligência nos prazos processuais, com a Corregedoria do tribunal apurando irregularidades desde maio de 2019. Durante a investigação, foram identificados 927 processos conclusos, sendo que 518 estavam pendentes há mais de 100 dias, além de agendamentos de audiências para o ano de 2026 e outras violações administrativas.
O corregedor-geral do TJPB, Leandro dos Santos, destacou que o juiz recebeu seis notificações antes do processo de afastamento, sem que houvesse correção das falhas apontadas. A defesa do magistrado argumentou que ele estava se esforçando para reduzir o número de processos e negou algumas das acusações, incluindo a designação de audiências para 2026 e a falta de residência fixa na comarca. A situação levanta preocupações sobre a gestão judicial e a eficiência do sistema judiciário na Paraíba.
As implicações desse afastamento podem ser significativas para o funcionamento da justiça em Cuité, especialmente considerando o aumento no número de processos na unidade. Os advogados têm a opção de recorrer da decisão, o que pode prolongar o desdobramento deste caso. A situação reflete desafios mais amplos enfrentados pelo sistema judiciário brasileiro em relação à gestão de processos e ao cumprimento de prazos legais.