Na China, uma nova tendência entre jovens adultos desempregados envolve o pagamento para frequentar escritórios fictícios, como o Pretend To Work, localizado em Dongguan. Com o desemprego juvenil superando 14%, muitos optam por essa alternativa para evitar o isolamento e manter uma aparência de atividade profissional. Shui Zhou, de 30 anos, é um dos frequentadores que paga 30 yuan por dia para trabalhar em um ambiente que simula um escritório, buscando melhorar sua autodisciplina e aliviar a preocupação dos pais com sua situação de emprego.
Esses espaços, que surgem em várias cidades chinesas, oferecem infraestrutura semelhante a escritórios reais, com computadores e salas de reunião. Os frequentadores utilizam o local não apenas para fingir que trabalham, mas também para procurar emprego ou desenvolver projetos pessoais. Christian Yao, especialista em economia chinesa, observa que essa prática é uma solução transitória para jovens que enfrentam um descompasso entre educação e mercado de trabalho, refletindo a necessidade de apoio emocional e social durante esse período difícil.
A iniciativa de Feiyu, proprietário do Pretend To Work, destaca a busca por dignidade entre os jovens. Ele afirma que 40% de seus clientes são recém-formados que precisam comprovar experiência de estágio, enquanto outros buscam um espaço para lidar com a pressão familiar. Essa realidade evidencia a crescente frustração e impotência diante da escassez de oportunidades no mercado de trabalho chinês, levando os jovens a encontrar maneiras criativas de enfrentar suas dificuldades.