O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou um jovem de 21 anos por feminicídio, após o assassinato de seu irmão, um homem trans, em Ibiaçá, no Norte do estado. O crime ocorreu em 19 de julho, quando a vítima foi esfaqueada com 40 golpes durante uma discussão na casa da mãe. O suspeito está preso preventivamente desde 22 de julho e pode enfrentar até 55 anos de prisão se condenado.
O promotor de Justiça Miguel Germano Podanosche explicou que, apesar de o caso ter sido inicialmente tratado como homicídio, a tipificação como feminicídio se fundamenta na vulnerabilidade das pessoas designadas como do sexo feminino ao nascer. A legislação não exige que a identidade de gênero da vítima seja considerada, permitindo que crimes contra homens trans sejam classificados como feminicídio.
A investigação revelou que o crime foi motivado por um desentendimento fútil e um histórico de conflitos familiares. Documentos indicam que a vítima enfrentou diversas dificuldades, incluindo tentativas de suicídio e rejeição familiar, o que sugere que a identidade de gênero pode ter influenciado a ação do agressor. Além da denúncia por feminicídio, o suspeito também será responsabilizado por violência psicológica contra a mãe, que presenciou o crime.