O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deixou em aberto a possibilidade de um corte nas taxas de juros dos Estados Unidos durante um discurso na sexta-feira (22). Essa sinalização ocorre em um contexto de crescente pressão do presidente Donald Trump, que tem criticado a política monetária do Fed e exigido reduções nas taxas. Powell, que permanecerá no cargo até maio de 2026, destacou os riscos de inflação e as fragilidades no mercado de trabalho como fatores que complicam a situação econômica atual.
Durante seu discurso, Powell alertou que os desafios econômicos poderiam se manifestar rapidamente, resultando em demissões e uma desaceleração tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores. Ele também mencionou que os efeitos das tarifas sobre os preços ao consumidor estão se tornando mais evidentes e podem se agravar nos próximos meses. A próxima reunião do Fed, programada para setembro, será crucial para determinar a direção da política monetária, especialmente considerando que a inflação ainda está acima da meta estabelecida pelo banco central.
As declarações de Powell refletem uma posição delicada do Fed, que precisa equilibrar o controle da inflação com a necessidade de estimular o crescimento econômico. Com a probabilidade de um corte nas taxas de juros em setembro estimada em 75,6%, o mercado aguarda ansiosamente novos dados econômicos que possam influenciar essa decisão. A pressão contínua de Trump sobre o Fed e as discordâncias internas entre os governadores sobre a política monetária adicionam uma camada extra de complexidade ao cenário econômico dos EUA.