O Japão recorda nesta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, os 80 anos do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, um evento que resultou na morte de aproximadamente 140 mil pessoas e que ainda gera estigmatização contra os sobreviventes. O ataque, realizado pelos Estados Unidos em 1945, foi seguido por outro em Nagasaki, três dias depois, e marcou a única utilização de armas nucleares em conflitos armados na história.
Os sobreviventes, conhecidos como hibakusha, enfrentam discriminação e marginalização, com muitos tendo dificuldades para encontrar emprego devido ao preconceito relacionado à exposição à radiação. Matsuyoshi Ikeda, que tinha apenas 7 anos na época, relata que muitos empregadores desconfiavam da saúde dos sobreviventes, temendo que problemas graves como câncer ou leucemia os tornassem funcionários não confiáveis.
Além disso, as mulheres sobreviventes também enfrentaram discriminação, com estigmas que afetaram suas chances de casamento. Tomoko Matsuo, de 92 anos, destaca que muitas mulheres nunca conseguiram se casar devido ao medo de que a radiação as tornasse inférteis ou gerasse filhos com problemas de saúde.
Durante as cerimônias, as vítimas exigirão o reconhecimento oficial de todos os afetados pelos bombardeios, já que muitos não são considerados vítimas pelo governo japonês por não conseguirem provar sua proximidade ao ponto de impacto. O prefeito de Nagasaki, Shiro Suzuki, criticou essa discriminação geográfica e reafirmou seu compromisso em lutar por justiça para todos os sobreviventes, que enfrentam sérios problemas de saúde e necessitam de apoio imediato.