O ex-presidente Jair Bolsonaro teve sua prisão domiciliar decretada na tarde desta segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, tornando-se o quarto ex-mandatário brasileiro a enfrentar tal medida desde a redemocratização. A decisão foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares que o proibiam de utilizar redes sociais, incluindo a participação em uma manifestação por meio de uma chamada de vídeo que foi divulgada publicamente.
Moraes destacou que Bolsonaro violou as restrições ao interagir com apoiadores através de conteúdos postados por seus filhos nas redes sociais, caracterizando sua conduta como "ilícita dissimulada". Com a nova determinação, o ex-presidente deverá permanecer em sua residência sob monitoramento eletrônico, com proibição de visitas, exceto de familiares e advogados, e restrições ao uso de celulares.
A prisão domiciliar de Bolsonaro ocorre em meio a uma investigação que apura sua suposta articulação internacional para pressionar autoridades brasileiras, além de sua condição de réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, com julgamento agendado para setembro. O ex-presidente também enfrenta inelegibilidade até 2030 e responde a diversos inquéritos relacionados a ataques às instituições e uso indevido da máquina pública.