Iván Mordisco, o líder guerrilheiro mais procurado da Colômbia, afirmou neste sábado (23) que não se renderá, mesmo após a prisão de seu irmão Mono Luis nos arredores de Bogotá. O país vive uma onda de extrema violência protagonizada por grupos armados, resultando em pelo menos 19 mortos e mais de 100 feridos nesta semana. Mordisco comanda o Estado-Maior Central (EMC), formado por rebeldes que se afastaram do acordo de paz assinado em 2016 entre o governo e as Farc.
O presidente Gustavo Petro comparou Mordisco a Pablo Escobar, o notório narcotraficante que morreu em 1993. Após ser ferido em uma operação, Mordisco está em fuga pela Amazônia e, em comunicado nas redes sociais, responsabilizou Petro pela segurança de sua família. O EMC é acusado de um ataque com caminhão-bomba em Cali que deixou seis mortos e mais de 60 feridos, enquanto dissidências das Farc intensificam os confrontos com as forças armadas.
A crise de segurança na Colômbia se agrava a um ano das eleições presidenciais, refletindo a fragilidade do acordo de paz de 2016. O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, afirmou que não há cessar-fogo com grupos criminosos e que as operações ofensivas continuam. A violência também impacta o cenário político, com a recente morte do candidato da direita Miguel Uribe em um atentado em Bogotá, evidenciando a crescente instabilidade no país.