O gabinete de Israel está considerando, pela primeira vez em duas décadas, a possibilidade de uma ocupação militar total da Faixa de Gaza, conforme noticiado pela mídia local. A decisão pode ser anunciada nesta terça-feira, em meio a crescentes pressões internacionais por um cessar-fogo que alivie as condições humanitárias no território palestino, devastado por conflitos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está inclinado a intensificar a ofensiva contra o Hamas, após o colapso das negociações de cessar-fogo.
A proposta de retomar o controle total de Gaza reverteria a retirada de colonos e militares realizada por Israel em 2005. Embora a ocupação total tenha o apoio de alguns partidos da coalizão governamental, que são favoráveis à anexação de Gaza e Cisjordânia, a situação é complexa. As Forças Armadas de Israel têm se oposto à ideia de uma ocupação prolongada, citando desafios logísticos e de mão de obra, uma vez que a guerra já se arrasta por 22 meses.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de mais de 1.200 israelenses e na captura de cerca de 250 reféns, a campanha militar israelense tem causado devastação em Gaza, com mais de 60.000 mortos, segundo autoridades palestinas. A situação humanitária se agrava, levando a uma crescente indignação internacional e ameaças de reconhecimento de um Estado palestino por países europeus, caso não haja um cessar-fogo. Na terça-feira, ataques israelenses resultaram na morte de pelo menos 13 palestinos, intensificando a crise na região.