Israel aprovou nesta quarta-feira (20) um projeto significativo para a construção de 3.400 casas na Cisjordânia ocupada. Segundo críticos, essa medida dividiria o território palestino em dois, dificultando a criação de um eventual Estado com continuidade territorial. O anúncio foi feito por Guy Yifrah, prefeito da colônia israelense de Ma’ale Adumim, ao leste de Jerusalém, e gerou forte oposição internacional, com a ONU e a União Europeia instando Israel a desistir do projeto.
A aprovação deste controverso plano ocorre em um contexto de crescente tensão na região, especialmente após o início da guerra em Gaza em outubro de 2023. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de extrema direita, pediu a aceleração da implementação do projeto e a anexação da Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967. A ONG israelense Paz Agora advertiu que essa colonização representa um “plano fatal” para o futuro de Israel e para qualquer possibilidade de uma solução de dois Estados.
Cerca de três milhões de palestinos vivem na Cisjordânia, onde também residem aproximadamente 500.000 israelenses em colônias consideradas ilegais pela ONU. As autoridades israelenses impõem severas restrições aos deslocamentos dos palestinos na região, que dependem de permissões para acessar Jerusalém Oriental ou o território israelense. O aumento dos confrontos entre palestinos, o exército israelense e colonos judeus tem intensificado as tensões locais.