As relações diplomáticas entre Brasil e Israel atingiram um patamar de tensão nesta terça-feira (26), quando o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser um “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”. A declaração foi uma reação à decisão do governo brasileiro de retirar o país da Aliança Internacional para Memória do Holocausto (IHRA), acompanhada de uma montagem em que Lula aparece como marionete do líder iraniano Ali Khamenei.
O governo brasileiro respondeu com veemência às acusações, repudiando os ataques pessoais contra Lula e exigindo uma investigação internacional sobre o bombardeio a um hospital em Gaza, que deixou ao menos 20 palestinos mortos, incluindo jornalistas. O Itamaraty destacou que hospitais gozam de proteção especial pelo Direito Internacional Humanitário e que ofensivas contra essas estruturas podem configurar crimes de guerra, conforme as Convenções de Genebra.
A escalada nas tensões entre os dois países reflete não apenas as divergências sobre a situação em Gaza, mas também as diferentes abordagens em relação ao antissemitismo. O Brasil defende mecanismos multilaterais sob a coordenação da ONU para combater o antissemitismo, enquanto Israel vê a saída do Brasil da IHRA como um afastamento de valores fundamentais. A situação continua a evoluir, com implicações significativas para as relações bilaterais e a dinâmica regional no Oriente Médio.