O governo argentino enfrenta uma crise significativa após a irmã do presidente Javier Milei, Karina Milei, ser apontada como suposta beneficiária de um esquema de corrupção. A investigação, conduzida pela Justiça Federal, surgiu após a divulgação de gravações que implicam Karina e seu colaborador Eduardo Menem em um esquema de suborno relacionado à devolução de verbas da Andis (Agência Nacional para a Deficiência). As gravações foram reveladas por uma reportagem do canal local Carnaval e ainda não foram verificadas de forma independente pela CNN.
As acusações surgem em um contexto delicado, a poucos dias das eleições legislativas na província de Buenos Aires, marcadas para 7 de setembro, e a apenas dois meses das eleições nacionais. A denúncia criminal, elaborada por Gregorio Dalbón, advogado da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, detalha um esquema que envolve a farmácia Suizo Argentina e aponta Karina e Javier Milei como beneficiários diretos dos fundos desviados. O governo já tomou medidas preventivas, destituindo o diretor da Andis, Diego Spagnuolo, e designando um auditor para garantir a transparência na operação da agência.
As implicações dessa investigação são profundas, pois colocam em xeque a imagem de Milei como um outsider disposto a romper com a corrupção política. Com a destituição de Spagnuolo e as buscas realizadas pela Polícia da Cidade de Buenos Aires em várias propriedades, incluindo a farmácia envolvida, o governo tenta minimizar os danos e restaurar a confiança pública. No entanto, as revelações podem afetar significativamente o desempenho eleitoral de Milei e sua administração nos próximos meses.